quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O rock e o samba

Soa os acordes da guitarra, pessoal de preto, a maioria, alguns com bebidas nas mãos, coisa que às vezes nem dá para saber o que é. Entrada frenética para ver os dinossauros. A letra a minoria entende, a maioria não, mas vibra. No menor grito, sem suspiro, a galera grita, estremece, pula, pede mais, olha para o lado e grita de novo, levanta as mãos. Show de rock rolando, da banda que pode não ser a sua preferida, mas você gosta, e gosta de gostar.

Sai de lá, atravessa a rua e depara com um lugar meio escuro, ou meio claro,  depende do ponto de vista. Dá para enxergar quem está ao lado, em frente e atrás, mas não se enxerga muito bem. A música é diferente, o pessoal participa mais de perto, quase sobe ao palco. Quem não gosta, bom sujeito não é. A letra, dá para entender melhor, e a gritaria é menor. A dança é com menos pulos e mais pra lá e pra cá. As pessoas se misturam mais, mas também olham para o lado. Gritar não, sussurrar sim. Show de samba rolando, da banda que pode não ser a sua preferida, mas você gosta, e gosta de gostar.

Está aí o que é importante: gostar. Mais importante: gostar de gostar. Você atravessa a rua de novo, entre a cruz e a espada. Entre entender e não entender. Não importa mais, você gostou, e gostou de ter gostado. Pode ir pra casa, pode tomar a saideira, pode conversar na porta de algum lugar, pode fazer o que quiser, mas você gostou, e amanhã vai se lembrar disso, e gostar de lembrar.